-FLORESÇA, FALE, CANTE, OUÇA-SE E VIVA
A PORTUGUESA LÍNGUA, e já, onde for,
Senhora vá de si, soberba e altiva.
- Se tèqui esteve baixa e sem louvor,
Culpa é dos que a mal exercitaram,
Esquecimento nosso e desamor.
- Mas tu farás que os que a mal julgaram
E inda as estranhas línguas mais desejam
Confessem cedo, ant’ela, quanto erraram.
- E os que depois de nós vierem vejam
Quanto se trabalhou por seu proveito,
Porque eles pera os outros assi sejam.
António Ferreira
O Português é a 4.ª língua mais falada do mundo... e é falado por mais de 250 milhões de pessoas! Um motivo de orgulho para todos os lusófonos.
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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
um prémio para um excelente escritor que já nos deu o privilégio de vir à nossa escola
Manuel Jorge Marmelo venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa 2014, no valor de 20.000€, com o romance Uma Mentira Mil Vezes Repetida, publicado em 2011 pela Quetzal.
O júri, constituído por Isabel Pires de Lima, Carlos Quiroga, Patrícia Reis, Pedro Teixeira Neves e Sara Figueiredo Costa, escolheu a obra de uma lista de quinze finalistas e de um total de 180 obras a concurso.
O prémio será entregue no próximo sábado, dia 22, na sessão de encerramento da 15ª edição do festival literário Correntes d’Escritas.
Uma Mentira Mil Vezes Repetida recebeu o aplauso unânime da crítica aquando da publicação. A atribuição deste prémio é um reconhecimento pela extraordinária qualidade deste livro mas também a consagração do percurso literário de Manuel Jorge Marmelo.
FONTE:
http://dasculturas.com/2014/02/20/premio-literario-casino-da-povoa-2014/
(...)
Na manhã desta quinta-feira, Manuel Jorge Marmelo recordou que, ao conhecer a lista de finalistas, o viu como “um grupo muito complicado” e considerou que “dificilmente teria ali alguma possibilidade de vencer”. O Prémio Correntes d' Escritas 2014 “vem na altura mais complicada da minha vida, uma vez que estou desempregado”, disse ainda o ex-jornalista do PÚBLICO, que se descreveu como “vítima da reestruturação da economia”.
Após o anúncio do prémio, Manuel Jorge Marmelo explicou que depois de ficar desempregado lançou em auto-edição um livro de contos e as Crónicas do Autocarro através da Amazon, que permite imprimir os livros após compra. Porquê? "Para me manter ocupado e porque nas editoras dizem que os meus livros não vendem, e os de contos ainda menos”, explicou. O tempo permitiu-lhe ainda terminar um romance e estar prestes a acabar um outro, mas sem “perspectivas de editar nenhum nos tempos mais próximos”.
Nesta obra, que Marmelo considera o seu "romance mais maduro", “o narrador é alguém que vai inventando um livro que não existe, e que é atribuído a um judeu húngaro que terá fugido durante a II Guerra Mundial”, fuga durante a qual chega a Portugal. (...)
IN
http://www.publico.pt/cultura/noticia/uma-mentira-mil-vezes-repetida-de-manuel-jorge-marmelo-e-o-premio-correntes-d-escritas-2014-1624477
até sábado, o 15º Correntes d`Escritas
https://www.facebook.com/photo.php?v=221441281395349&set=vb.217520445120766&type=2&theater
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
S. Valentim - a cada um, seu coração
amor
Amor começa com a letra a, a primeira do alfabeto.
Por isso o amor está no princípio de
tudo, no caos original, quando deus ainda não tinha inventado o
primeiro dia
nem Eva descobrira a maçã do desejo.
A segunda letra é um m, de madrigal, de mãe, de morte,
porque o amor é sempre uma maneira de afastar a mãe, de adiar a morte.
O o
não falará de ódio, nem de olvido – é um o
de orgulho, de odisseia
é uma praia quando a maré está cheia
e a
areia diminui envergonhada e frágil
O r
é o que resta quando o amor acaba – quantas vezes remorso, raiva, rebeldia
e a memória longínqua do primeiro dia
da primeira palavra
do primeiro beijo
Escrevo esta palavra e acorrem outras
que dizem quase o mesmo. A palavra irmão. A palavra abril. E o teu nome
flutuando ao vento, inteiro e limpo, encostado à brancura da cal, dormindo entre
lençóis de puro linho.
Manuel Alberto
Valente
O amor é
uma companhia
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
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