António Ramos Rosa (Faro, 17 de outubro de 1924- Lisboa, 23 de setembro de 2013)
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito
sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as
montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda
que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não
posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu
grito de libertação
Não posso adiar o coração.
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