quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

RECEITA DE ANO NOVO


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Parabéns a Manuel de Oliveira

Nascido em 11 de dezembro de 1908, Manoel de Oliveira é o mais velho realizador de cinema do mundo.
A sua "vida dava um filme", seguramente!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A Restauração de 1640

A dinastia espanhola dos Filipes governou o país entre 1580 e 1640, altura em que o futuro D. João IV liderou uma revolta que afastou os castelhanos do trono

 - See more at: http://ensina.rtp.pt/artigo/a-restauracao-de-1640/#sthash.wSgoJOJv.dpuf

domingo, 30 de novembro de 2014

80 anos da publicação de "MENSAGEM"



Data de 30 de novembro de 1934 a 1ª edição desta obra icónica de Fernando Pessoa, o único livro publicado em vida do seu autor, que viria a falecer exactamente um ano depois.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Lídia Jorge vence Prémio Luso-Espanhol de Arte Cultura 2014

 

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A escritora Lídia Jorge venceu o Prémio Luso-Espanhol de Arte Cultura 2014, atribuído pelo Ministério da Cultura de Espanha e pela Secretaria de Estado da Cultura de Portugal.
[...]
O júri justificou a atribuição deste prémio, anteriormente entregue, entre outros, a Perfecto Quadrado, Siza Vieira e Carlos Saura, por Lídia Jorge conseguir “criar uma relação e vínculo de união entre Portugal e Espanha através da sua contribuição para o conhecimento mútuo de ambos os países e, também, pelo valor da sua obra literária, que aborda algumas das questões fundamentais do nosso tempo”».

10 músicas famosas inspiradas em livros

Não deveria ser nenhuma surpresa que, como álcool e literatura, música e literatura são uma combinação feita no céu. Melhor ainda é quando um artista escreve uma canção em resposta a um trabalho literário que esteve lendo. Eis alguns exemplos:

Misty Mountain Hop de Led Zeppelin em Led Zeppelin IV
Misty Mountain Hop foi inspirada na trilogia O Senhor dos Anéis de Tolkien. Aliás, outras canções desse mesmo álbum foram também inspiradas nesta trilogia, incluindo The Battle of Evermore, inspirada na Batalha de Pelennor Fields, e também Ramble On (Ramble On é do disco Led Zeppelin II).
All I Wanna Do de Sheryl Crow em Tuesday Night Music Club
A letra de All I Wanna Do veio do poema Fun (Diversão) escrito por Wyn Cooper e está incluído em seu trabalho The Country of Here Below.
Sympathy for the Devil dos The Rolling Stones em Beggars Banquet
Os Rolling Stones basearam Sympathy for the Devil na obra-prima O Mestre e Margarida de Mikhail Bulgakov,. O livro tem muitas tramas, que são centradas numa visita do diabo a Moscou do final dos anos 20.
Clocks do Coldplay em A Rush of Blood to the Head
Clocks foi inspirada na obra Willian Tell do dramaturgo alemão Friedrich Schiller. (um fato inusitado: Hitler adorava William Tell, até mesmo citou partes em Mein Kampf).
Don’t Stand So Close to Me de The Police em Zenyatta Mondatta
O notório trabalho de Vladimir Nabokov, Lolita, foi a inspiração dessa música. Lolita conta a estória de um professor que se apaixona por uma menina e que acaba se colocando em uma situação delicada ao colocar o seu desejo em prática – exatamente como na letra de “Don’t Stand So Close To Me”. Sting (para quem não sabe, foi professor antes de se tornar músico) se apressou em avisar: Essa música não é autobiográfica!
The Call of Ktulu de Metallica em Ride the Lightning
Baseada em Call of Cthulh, que é um conto de horror do escritor norte-americano H. P. Lovecraft, contando a história de um ser extraterrestre e dos “antigos” que na mitologia “craftiana” seriam criaturas cósmicas, que teriam vindo à Terra antes desta abrigar a vida. Surpreendentemente inspirou um grande número de músicas, incluindo esta versão do Metallica.
O album Animals do Pink Floyd
O clássico de George Orwell, Revolução dos Bichos, foi a inspiração para todo o álbum.
Ao longo das três músicas principais, todas elas com mais de 10 minutos de duração Roger Waters equivale os humanos a cada uma das três espécies de animais: cães (Dogs), porcos (Pigs), ou carneiros (Sheep). Os cães são usados para representar os homens de negócios megalomaníacos que acabam por serem arrastados pela própria pedra que atiraram. Os porcos representam os políticos corruptos e os moralistas (com referências directas a Margaret Thatcher e a Mary Whitehouse). Os que não se enquadram nestas duas categorias são carneiros, que sem pensamento próprio, cegamente seguem um líder.

To Tame a Land de Iron Maiden em Piece of Mind
To Tame a Land foi baseado na obra-prima de ficção científica de Frank Herbet, Duna. Aliás, Iron Maiden (Corrigido: Valeu pela correção!!) é uma banda muito literária: eles escreveram canções inspiradas em livros em diversos livros, incluindo O Fantasma da Ópera, O Nome da Rosa, Senhor das Moscas, e poesia clássica de autores como Alfred, Lord Tennyson e Samuel Taylor Coleridge.
The Fool on the Hill dos The Beatles em Magical Mystery Tour
The Beatles conseguiram sua inspiração para esta canção no clássico de Henry Fielding, Tom Jones, considerado por muitos o primeiro romance moderno.
O album Haunted de POE
Poe é uma cantora / compositora americano. Foi inspirado no livro House of Leaves (Casa de Folhas) de Mark Z. Danielewski, que é seu irmão, e basicamente apresenta uma história de terror conturbada e que intriga a mente de quem a lê. O álbum inteiro de Poe foi baseado neste livro. Apenas não o escute se você possui cantos e corredores desconhecidos na sua casa.
E você, tem mais alguma música ou albúm para indicar? Comente conosco!
A Leitora Angelina postou o seguinte:
“Um detalhe sobre o álbum Magical Mystery Tour, dos Beatles é que a canção “I am the Walrus” teve inspiração no livro “Alice no país das maravilhas” de Lewis Carroll, entre outras coisas que incentivaram John Lennon a escrevê-la”.
Douglas lembrou:
“Mto bom o post, vale lembrar que a música “The Thign That Should Not Be” do album Master of Puppets do Metallica tbm foi baseada na obra de Lovecraft.”
Edelyla lembrou de mais uma:
“Muito legal este post, só não se esqueçam que The Resistance, do Muse, tem várias referências a 1984 do George Orwell.”
Fonte: Examiner com contribuições óbvias do Wikipedia.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Cronologia dos descobrimentos portugueses

http://ensina.rtp.pt/artigo/timeline-descobrimentos/

Quando s precisamos de perceber o plano da história de Os Lusíadas (Camões), por exemplo, ou da Mensagem (Fernando Pessoa), a contextualização histórica pode cimentar noções espácio-temporais ...

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Cultura - Séculos de fábula portuguesa num catálogo onlin


«Um catálogo informatizado em torno da fábula na literatura portuguesa está disponível online, abarcando o período compreendido desde a Idade Média à época contemporânea. Para Ana Paiva, investigadora da Universidade Nova, ligada ao projecto «A Fábula na Literatura Portuguesa», «a atenção que a fábula tem merecido por parte do ensino em Portugal é muito escassa». Porém, «ela está presente constantemente no discurso do quotidiano, no mundo infantil, no universo popular».

http://www.cafeportugal.pt/pages/estudos_artigo.aspx?id=8296#

domingo, 23 de novembro de 2014

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

"Quem Disser o Contrário é Porque Tem Razão"


“Suspeitemos da literatura"


Quem Disser o Contrário é Porque Tem Razão, o novo livro de Mário de Carvalho, reúne anos de reflexão sobre o acto de escrever. A experiência, argumenta, confirma que são poucos os génios e muitos mais os charlatões.

“Estas são reflexões de um homem de ofício", avisa Mário de Carvalho. E um dos principais convites a quem entrar neste que guia de escrita de ficção, que é também um guia de leitura (porque “dificilmente haverá um bom escritor onde não houver um bom leitor”) é o convite à suspeita. “Suspeitar que há outros mundos, outra gente, outros livros, outras ideias, de que pode haver uma coisa e o seu contrário", como sugere logo à entrada o título, algo provocatório, Quem Disser o Contrário é Porque Tem Razão. É o mais recente livro de Mário de Carvalho. Não é ficção, não gosta de lhe chamar ensaio porque foge às regras da academia. “Acho que se dissermos que é uma divagação encontramos mais ou menos a forma deste livro”, esclarece o autor que reuniu em cerca de 300 páginas anos de reflexões sobre o acto de escrever.

Leia, observe, anote, pense no que quer fazer — e trabalhe muito. Numa sinalética simplista, esta podia ser a síntese, incompleta e até talvez até errada, porque isso de se “dever fazer” assusta este autor que insiste na suspeita, embora não se coíba de apontar caminhos e fale mesmo de pactos essenciais em ficção, como o que se faz entre o escritor e o leitor. Não um pacto tranquilo, mas que permita passar a emoção, perceber a ironia; que a partir de uma série de referências comuns – culturais, de vida – haja uma relação de entendimento, nem que seja pelo desacordo. Por isso também o leitor está sempre a ser para aqui chamado. Ele e escritor são um uno. Na obra a construir e em todas as partilhadas na construção do tal colectivo para que qualquer escritor quer falar. “Dificilmente levo a sério um escritor que não tenha uma base de leituras. Não quer dizer que sejam aquelas que eu sindico no livro, simplesmente temos de partir de um cânone — nem que seja para o rejeitar, mas quando rejeitamos temos saber o que estamos a rejeitar. Uma escrita que não tenha em conta a tradição literária, que ignore uma espessura que vem de trás e esteja sempre a descobrir coisas que já estão descobertas, é uma escrita que não vale a pena”, refere Mário de Carvalho para começo de uma conversa com o Ípsilon sobre um livro que é também uma resposta a muito “charlatanismo” numa área que se convencionou chamar, tantas vezes de forma abusiva, de ensino da escrita criativa. “Isto é um negócio de auto-ajuda e muitas vezes essas regras são-nos apresentadas com um grande assertivismo. Eu tento demostrar no meu livro que grandes autores, dos tais que se ‘devem’ frequentar, como o Maupassant ou o Flaubert ou o Tchékhov, transgrediram essas normas habituais nos cursos de escrita criativa  e transgrediram em grande, a ponto de muitas vezes fazerem o contrário”, continua Mário de Carvalho, cauteloso sempre que usa a palavra “deve-se” a não ser quando se trata do dever de se conhecer, enquanto leitor, obras fundadoras.


Mário de Carvalho fala agora de originalidade, uma qualidade que se “exige” a quem escreve. Para a defender enquanto valor, recupera a tal tradição em que se deve fundar a escrita. “Os livros fazem-se sobre livros e contra livros. Há uma tradição literária. Não estou a defender o conservantismo, estou a falar de formas artísticas que se transmitem de geração em geração e entram no tal acervo que aceitamos ou rejeitamos — temos de trabalhar com ele ou contra ele. É preciso conhecê-lo e depois toca a rebelar-nos. Entendo isso perfeitamente. Há imensos exemplos históricos que já se tornaram canónicos de gente que se rebelou contra o cânone.” Muita da história da literatura do século XX é feita de rebeliões contra os cânones literários, lembra: “Estou a pensar nos dadaístas e nos surrealistas, que ainda hoje são lidos e que não podemos deixar de frequentar quando pensamos numa literatura transgressiva. Temos de ver que aquilo existiu, que já está lá, não vamos repeti-los.” Não faltam exemplos de textos com sucesso mas que revelam essa falta de saber para trás e que “não resistiriam ao simples teste da página 99”. Outra regra simples, defendida por muitos para aferir da qualidade de um texto: abra-se um livro na página 99 e percebe-se se vale a pena continuar. “Não vale a pena comer um ovo estragado todo para saber se ele está mesmo estragado. Basta uma página ou duas de um livro para ver em que base é que se afirma, se o autor é original ou nos está a dar fórmulas requentadas, repisadas por séculos e séculos de literatura. O autor pensa que está a inventar, mas está apenas a repetir, a reproduzir. Isso é um bocado penoso de ver. A utilização muito alegre e desprevenida da banalidade, do lugar-comum; ao fim e ao cabo, a repetição do que está feito.”
Partindo de exemplos de obras que considera referências literárias (e aqui é preciso ter sempre em conta alguma subjectividade, a da escolha do autor), Mário de Carvalho dá uma enorme e completa aula de escrita. Dividido em seis capítulos, por sua vez subdivididos em 59 pontos práticos, o guia agora publicado desmonta o trabalho oficinal por trás de uma obra de ficção. Dá conselhos, aponta erros comuns, desfaz ideias feitas, mostra que o óbvio nem sempre é assim tão clarividente, revela dicas para o bom uso da língua e os efeitos que cada decisão tem na obra de ficção que se está a construir. No tom provocatório que Mário de Carvalho gosta de colocar no que faz e diz, este podia se um guia comportamental. Mas Mário de Carvalho prefere a justificação simples e clara: “Partindo da minha já longa experiência de escrita e de todas as contingências pelas quais o escritor passa, pensei que poderia ter interesse, nomeadamente para jovens autores, mas até para o próprio leitor, perceber a génese destas coisas."

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Dos traçados geométricos de uma vida, o legado de quem deu a voz à poesia e desenhou o rosto dos poetas e dos músicos

no podcast SONS DA ESCRITA

http://www.jamor.eu/se/


"Continuo a olhar os barcos e as nuvens.
Desgraçadamente, temos quase tudo para esquecer e, apenas, uma ou duas coisas para lembrar.
É entre o esquecer e o lembrar que nos encontramos, nesse território da memória irremediável, causa perdida, afinal. Mas sempre viva."


José António Moreira (1950-2014)

sábado, 15 de novembro de 2014

"EIS A CIÊNCIA DA POESIA"


"O tempo só anda de ida.
A gente nasce, cresce, envelhece e morre.
Pra não morrer é só amarrar o tempo no poste.
Eis a ciência da poesia:
amarrar o tempo no poste."

 
Manoel de Barros,  grande poeta brasileiro, morreu no dia 13 de novembro, em Campo Grande; faria 98 anos no mês de dezembro.


O MENINO QUE CARREGAVA ÁGUA NA PENEIRA


Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira


                                                     


A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.

Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

     A mãe reparou que o menino
     gostava mais do vazio
     do que do cheio.
     Falava que os vazios são maiores
     e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira





    No escrever o menino viu
     que era capaz de ser
     noviça, monge ou mendigo
     ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.





Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.




Você vai encher os
vazios com as suas peraltagens

e algumas pessoas
vão te amar por seus despropósitos.

domingo, 9 de novembro de 2014

O MURO DE BERLIM CAIU HÁ 25 ANOS


 

Uma cidade, um Muro, dois mundos durante 28 anos


(Graça Andrade Ramos, RTP)


"Depois de completo, o Muro estendia-se por mais de 155 quilómetros, cortando estradas e linhas férreas. Expressando a divisão do mundo em dois blocos".

O Muro de Berlim (em alemão Berliner Mauer) era uma barreira física construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental - comunista) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental (capitalista), separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA),  encabeçado pelos Estados Unidos; e a República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países comunistas sob julgo do regime soviético.  

Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental Comunista com ordens de atirar para matar (a célebre Schießbefehl ou "Ordem 101") os que tentassem escapar, o que provocou, segundo dados do regime comunista, a morte a 80 pessoas, 112 feridos e milhares aprisionados nas diversas tentativas de fuga para o ocidente capitalista, além de separar, até sua queda, dezenas de milhares de famílias berlinenses que ficaram divididas e sem contato algum. Os números de mortos, feridos e presos é controverso pois os dados oficiais do fechado regime comunista são contestados por diversos órgãos internacionais de Direitos Humanos


IN WIKIPEDIA


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

"DIAS DA MEMÓRIA"

É um projeto europeu em que  é parceiro o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa; está a criar um banco de histórias familiares relacionadas com a guerra de 1914-18.



O apelo está feito: quem tem objetos, deve contactar
memoriasguerra@portugal1914.org

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Fiscalidade "verde"

O novo Orçamento de Estado para o próximo ano prevê nova taxa sobre os combustíveis, sobre os sacos plásticos e os recursos hídricos. Este dinheiro é destinado ao alívio do IRS.
Cada saco de plástico terá uma taxa de 8 cêntimos + IVA, passando a custar 10 cêntimos para o consumidor.
Cada português gasta, em média, por ano, 466 sacos de plástico e espera-se que esta medida reduza o consumo para um máximo de 50 sacos por pessoa em 2015.
Das receitas resultantes desta cobrança, 85% irão para o Estado e 15% para o Fundo de Conservação da Natureza e Biodiversidade.

sábado, 18 de outubro de 2014

Prémio LeYa 2014 atribuído ao romance «O Meu Irmão», de Afonso Reis Cabral

Ficou em 8.º lugar num concurso europeu de grego antigo, lançou um livro de poesia aos 15 anos. Revê textos e estuda literatura. É trineto de Eça de Queirós, mas recusa carregar o peso dessa influência.
A frase do pai tem anos e não sai da memória: "Hoje nasceu um escritor." Guarda-a como um elogio e assume, sem reservas, que o seu futuro passa pelas palavras. "A minha vocação é escrever." Aos 15 anos, Afonso Reis Cabral lançou um livro de poemas no auditório do Clube Literário do Porto. A casa encheu-se com a família. Baptizou a obra de 90 páginas de Condensação. Uma compilação de poemas escritos entre os 10 e os 15 anos, que não falam de amor e com prefácio da professora de Português. O que se escreve nestas idades? "Ingenuidades, mas escreve-se com paixão. Nessas idades, a poesia é mais um mistério do que outra coisa qualquer", responde. "Nunca falei de amor, é um tema demasiado confessional." Foi a primeira aventura literária. E o que passeia no cérebro ou circula pelo coração e esbarra no papel? "O início é um momento que depois é elaborado. Acabo por não ter um tema, uma trave mestra", explica. O que escreve? "Num impulso de mim, salto fora do ser e sou noutro lugar balada nocturna cantando à janela do meu antigamente." É uma das frases da fase pós-15 anos.
Confessa que, há alguns anos, abrir um livro exigia cuidado, delicadeza. "Colocava-o num determinado ângulo para não estragar." Agora não há ângulo que resista. Usa e abusa dos livros. "Rabisco, dobro as páginas e, por vezes, a lombada desfaz-se." Escreveu Como Lidar com Um Livro e aí diz com todas as letras que os livros não são sentimentais. "Se não se dá bem com eles, a culpa é sua." "Todos os livros cheiram, sobretudo, a sussurro. Sussurro de onde sai uma réstia de vento que é um verdadeiro vendaval", escreve. "Depois há aqueles mais novos que são um rol de inocência, pouco se vê, pouco se sabe, pouco se perscrute, mas todo o corpo é percorrido pela vitalidade dos sentidos. Nos vincos dos livros mais velhos cheira-se a vida e vê-se uma sala com todos os seus cantos e ouvem-se mesmo as conversas levadas ao som da música", acrescenta.
Afonso está agora a caminho da prosa, a reformular ideias, a redefinir objectivos, a amadurecer antes de uma nova aventura pelos caminhos da escrita. Está numa fase de introspecção. "Quero seguir com mais apoio. Com ingenuidade, com mistério, com descoberta, quero tentar evoluir." "Tento ser disciplinado na escrita e dentro da minha cabeça escrevo todos os dias." É trineto de Eça de Queirós por parte do pai. "A angústia da influência? Tento combater isso." E não dá hipótese. "O meio familiar é um ponto de partida e o Eça lá está. O mais importante é o esforço no estudo, na escrita", assegura. Escreve por gosto, ora essa.
 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

PRÉMIOS NOBEL 2014

Prémio Nobel da Paz

Malala Yousafzai thumb pictureKailash Satyarthi thumb picture
 
"pela sua luta contra a opressão infantil e pelo direito de todas as crianças à educação"
 

Prémio Nobel da Literatura

Patrick Modiano
"pela arte da memória com que os mais trágicos destinos humanos e revelou o submundo da Ocupação"


mais informação em
 http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/lists/year/index.html?year=2014&images=yes

terça-feira, 7 de outubro de 2014

"O Organista", novo conto de Lídia Jorge, apresentado no "Escritaria" 2014 , em Penafiel

Como a própria definição o diz, o vazio é um lugar onde não existe nada mas no interior do qual se espera que venha a acontecer tudo. Não admira, pois, que o vazio, cansado da monotonia abissal de não possuir coisa alguma dentro de si, um dia tenha chamado o órgão. E o órgão veio, com seus quatro mil tubos de metal e as suas quatro fileiras de teclas, e ficou a dançar no vazio, oscilando de um lado para o outro.

Só que o órgão e o vazio eram duas coisas distintas, uma dentro da outra, e as duas não produziam nada. Então, o órgão e o vazio juntaram-se  e chamaram (...)

fragmento de " O Organista"

São "nerds dos cogumelos" e criaram protótipo para produção optimizada

Produzir quatro vezes mais cogumelos gastando menos 20%. Óscar Pinto e Simão Morgado vão apresentar em breve os primeiros produtos de um projecto que quer, no futuro, conquistar os mercados gourmet e medicinal, que juntos representam um negócio anual de três mil milhões de euros
Texto de Mariana Correia Pinto • 03/10/2014

Confessam-se "nerds dos cogumelos" e foi o fascínio (e o "apetite insaciável") por este fungo que os trouxe até aqui. Óscar Pinto e Simão Morgado, micro-biólogos de 31 anos, estão a desenvolver um projecto que quer aliciar os produtores de cogumelos com uma pergunta: e se fosse possível aumentar a produção até quatro vezes diminuindo os custos até 20%? O Melus deve acabar o primeiro protótipo de um dos seus produtos já em Novembro e com ele começar a cumprir um desejo antigo: "Democratizar a produção de cogumelos e torná-la mais acessível."
  
A ideia de "acrescentar valor ao cogumelo" é antiga. Óscar lembra-se de ser ainda um "amador" no assunto — antes de entrar na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica — e já se interessar pela matéria. Quando sentiu que o número de projectos e a curiosidade à volta deste alimento (com propriedades medicinais) estava a aumentar, decidiu que era altura de fazer alguma coisa. Com o colega de curso Simão Morgado (e outro parceiro, que entretanto abandonou o projecto) começou a desenhar o Melus: "Queremos desenvolver o mercado português não só em termos de consumo mas também em termos de produção", explicou Óscar Pinto.
  
Oportunidade de negócio: há uma "falta de conhecimento técnico" e "ausência de programas de melhoramento genético de cogumelos em Portugal", identificaram os dois jovens, que durante seis meses participaram com mais 16 finalistas na terceira edição do Programa de Aceleração de Startups do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC).

"Os métodos de produção que os novos produtores utilizam são tradicionais, com pouca produtividade quando comparados com métodos mais modernos", explicaram ao P3. Exemplo prático: "O que está agora em voga são os cogumelos shiitake ("Lentinula edodes"). Como são, normalmente, produzidos em tronco, têm uma eficiência biológica [capacidade que o fungo tem de transformar a matéria em cogumelo] de 20%. O que estamos a tentar é que essa eficiência seja de 80%."
  
Solução amiga do ambiente
Já em Novembro, na Feira Internacional de Lisboa, Óscar e Simão contam apresentar o primeiro protótipo de um dos produtos que vão disponibilizar: um fardo de produção de cogumelos de 20 kg, que é uma espécie de "tronco artificial de produção". Esta solução — que está agora em fase de teste com dois produtores e parcerias com organizações produtoras e associações de desenvolvimento rural — não só é mais produtiva como é "melhor em termos ambientais": "Enquanto o cultivo em troncos requer o abate de árvores, o nosso produto pode usar resíduos agrícolas e florestais para produzir ainda mais cogumelos do que o tronco originalmente produzia."
  
Pequena aula de Biologia: "Os cogumelos estão dentro do reino dos fungos, dentro desse reino há diferentes espécies que têm diferentes estirpes", explica Óscar Pinto para acrescentar: "Nós tentamos potenciar a genética dessas estirpes através da formulação do substracto onde elas crescem. Por outro lado temos o intuito de desenvolver em termos laboratoriais estirpes mais produtivas ou que tenham uma característica x, y ou z."
  
Os micro-biólogos querem fazer dos produtores os "clientes principais" ("não estamos a pensar, pelo menos para já, vender o cogumelo em si"). "O que nós vendemos são meios de produção e estirpes optimizadas", diz Simão Morgado, acrescentando que a consultoria, formação e apoio à produção e melhoria do desempenho fazem também parte dos planos. As soluções que a Melus vai apresentar vão permitir "entrar nos mercados do gourmet e medicinal", ramo que "representa neste momento um negócio anual de três mil milhões de euros", revelaram esta semana no auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), durante o Startup Pitch Day da UPTEC, que acabou por eleger como vencedora a empresa de serviços de teste de "software" Crowbar

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Lemos na imprensa


53,6 milhões  - Valor que o Ministério da Educação paga em refeições escolares no ano de2014


3 milhões - Número de idosos que irão existir em Portugal em 2060, quase mais um milhão do que atualmente


IN "Visão" nº 1126, de 2 a 6 de outubro de 2014





quarta-feira, 1 de outubro de 2014

HOJE É O DIA MUNDIAL DA MÚSICA

O primeiro dia de outubro é oficialmente o Dia Mundial da Música.
O Dia Mundial da Música foi instituído em 1975 pelo International Music Council, uma organização não-governamental fundada em 1948 sob o patrocínio da UNESCO. Pretendia-se, assim, promover os valores da paz e da amizade por intermédio da música.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Dennis Kimetto 'voa' em Berlim e bate recorde mundial da maratona

Dennis Kimetto bate recorde do mundo da maratona em Berlim

Queniano faz a média de 2h02m57s, baixa em 26 segundos o recorde anterior e é o primeiro homem a correr uma maratona em menos de 2h03m.

Nova exposição de Paula Rego inspirada por Eça de Queirós

Exposição "O Último Rei de Portugal" estará aberta de 01 a 25 de outubro na galeria Marlborough Fine Art, em Londres

Paula Rego pretende desenhar todos os livros de Eça de Queirós, o seu escritor português favorito, disse a pintora portuguesa a propósito de uma exposição em Londres de telas inspiradas no livro "A Relíquia".
Depois de ter criado uma série de quadros com base em "O Crime do Padre Amaro", em 1997-98, a artista adiantou à agência Lusa estar já a trabalhar com base no romance "O Primo Basílio".
"Espero desenhar os livros todos do Eça. A minha neta Grace é perfeita para [modelo] Luisinha", garantiu, nomeando a protagonista loira e de pele branca de "A Relíquia".
Por Agência Lusa

Siza Vieira vence prémio Fritz Hoger


Para o Museu Hombroich, na Alemanha, o tijolo foi o material de eleição de Siza

O arquitecto Álvaro Siza Vieira foi distinguido com o prémio máximo do Fritz Hoger Awards 2014 por excelência em arquitectura construída com tijolos, com o seu projecto do Museu Hombroich, na Alemanha.
A informação, divulgada hoje em sites de arquitetura, foi confirmada à agência Lusa por fonte do gabinete de Siza Vieira, que acrescentou ter tido conhecimento deste prémio na quarta-feira.
De acordo com a informação disponibilizada na Internet, foram submetidos a concurso mais de 500 trabalhos, de 70 candidatos, uma verdadeira amostra "transversal de arquitetura internacional".
O imóvel construído sob projecto do arquitecto, que foi prémio Pritzker em 1992, fica em Raketenstation, Hombroich, Neuss, na Alemanha, e tem as paredes revestidas com o mesmo tipo de tijolo dos edifícios existentes na fundação Hombroich.
Na sua declaração, o júri referiu que este pavilhão de Siza "exemplifica o uso soberano do tijolo na sua forma simples" no meio da paisagem alemã onde está inserido.
Foram ainda distinguidos projectos nas categorias ouro, prata e menção especial. Os Fritz Hoger Awards, que são atribuído de três em três anos, vão na terceira edição.
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/siza-vieira-vence-premio-fritz-hoger-1670879#/0

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Mafalda, a "heroína zangada", celebra 50 anos

Contestatária, refilona, rebelde, incisiva, pessimista, continua atual. 

Mafalda, a personagem de banda desenhada criada pelo argentino Quino (Salvador Lavado Tejón), celebra 50 anos, desde que apareceu no jornal "Primera Plana". 



Em Portugal, a data é assinalada com uma nova edição cartonada de todas as tiras humorísticas, a qual terá uma capa inédita e ainda uma série de artigos e informação que completam a leitura.

Eis uma das perguntas irreverentes da Mafalda:
“Não seria maravilhoso o mundo se as bibliotecas fossem mais importantes que os bancos?”



sábado, 27 de setembro de 2014

O princípio da ignorância

Não sabendo, como posso vir a saber? Não conhecendo, de que modo posso ter acesso ao conhecimento? O princípio da ignorância é um impulsionador pragmático

Interrogado sobre um tema, por mais especializado que este seja, um político profissional em regra nunca admitirá que não sabe a resposta, acabando por emitir a mais banal, obtusa e desapropriada opinião. O mesmo acontece com os comentadores profissionais dos media que, na posse de um menu de informações generalistas e numa atitude que pretende ultrapassar o nível rasteiro da opinião, assumem, mais pela atitude corporal ou pela ensaiada colocação de voz, a pretensão de um saber definitivo – e redundante, em particular quando se trata de previsões.
Passarão poucas horas até que dos referidos saberes futurologistas ninguém se lembre mais; porém, o facto de terem sido apresentados com a pose devida permitirá que quem o fez continue pronunciando-se com uma sapiência abrangente de tudo sobre o nada.
Até com professores isto sucede. Raramente admitem não terem para dar uma resposta adequada, contextualizada, precisa à pergunta inesperada do estudante. Esta atitude não é específica deste tempo, embora alguns dos seus aspectos o sejam: a pressão sobre a necessidade de acumular informação, associada à pressão para apresentar a resposta imediata, associada à ideia de que o recurso a uma prótese qualquer por parte do cibernauta contemporâneo o transforma, através de um mero clic ou de um simples toque num ecrã, no detentor de todas as respostas necessárias.
Curiosamente, nestas situações mencionadas é sempre negado o princípio da ignorância. Ora, esse princípio não tem necessariamente nada a ver com uma eventual e tonta apologia do analfabetismo, da iliteracia ou, sequer, da ataraxia formulada por Pessoa em certos versos de desespero. Pelo contrário, o princípio da ignorância é um princípio activo, uma força em potência ainda que pareça não exisitir; mas aí está latente parecendo infinitamente pequena mas inversamente proporcional a tudo o que pode fazer existir.
Na sua fórmula metafísica, o princípio da ignorância é, na verdade, um impulsionador pragmático: não sabendo, como posso vir a saber? Não conhecendo, de que modo posso ter acesso ao conhecimento? Todos os processos de conhecimento resultaram do reconhecimento deste mesmo princípio: a Enciclopédia d’Alembert ou a Einaudi, a Biblioteca Britânica ou o cinema de Béla Tarr, a tese dos fractais... resultaram da tomada de consciência, tantas vezes apenas sob a forma de um lampejo, de se estar num estado de ignorância. A partir desse momento de reconhecimento da ignorância não se passa simplesmente a estar na posse de um conjunto de informações, muito menos se passa ao conhecimento absoluto (se é que ele existe); a partir desse momento inicia-se um processo infindável de colocação de enigmas e procura de soluções, a que se seguem outros enigmas e outras soluções, e assim sucessivamente.
As enciclopédias e os dicionários, tidos como repositórios do saber organizado e disciplinado, são de facto formas inacabadas que continuamente reclamam ser preciso regressar ao princípio da ignorância. Este, pela sua natureza, manifesta-se nos pequenos momentos experienciais: frente a um glaciar, no meio do deserto ou da imensidão de um oceano a sensação empírica de pequenez produz em nós a sensação de uma gigantesca ignorância. Dir-se-á que estas são experiências limite, experiências existencialistas no sentido psicológico. Ainda assim, este princípio pode também activar-se no confronto com uma obra literária cujo horizonte de sentidos nos aparece como inalcançável ou até infinito, ou perante o teor de uma nova tese científica ou os traços de um simples desenho que nos remeta para um tempo anterior e em que a sensação de saber aparece como resultado (equívoco) do progresso linear. Também surge no instante da paixão em que o desejo do outro que é um desejo do esclarecimento absoluto do mistério do outro – e por isso nos confina a um lugar de existência parca e pequena. Em todos os casos, à angústia do não saber corresponde a esperança de vir a saber. 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Preciosidades da nossa Biblioteca Escolar - 1953




Rómulo Vasco da Gama de Carvalho foi professor, pedagogo e autor de manuais escolares, historiador da ciência e da educação, divulgador científico e poeta.

Nasceu a 24 de Novembro de 1906, em Lisboa,  cidade onde morreu a 19 de Fevereiro de 1997
Interessando-se particularmente por Literatura e Ciência,  licenciou-se em Ciências Físico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e, no ano seguinte, formou-se em Ciências Pedagógicas.
Após o estágio pedagógico no Liceu Pedro Nunes, ensinou durante 14 anos no Liceu Camões, em Lisboa, leccionando em seguida no Liceu D. João III, em Coimbra, durante 8 anos, após os quais regressou a Lisboa onde desempenhou o cargo de professor metodólogo do grupo de Físico-Química no Liceu Pedro Nunes.

Como pedagogo, para além de formador de professores do Ensino Liceal (nas áreas de Física e Química), foi autor de livros didáticos e de manuais escolares.

Entretanto, desenvolveu uma ação muito relevante de divulgação científica. Assim, a partir de 1946 foi codirector da Gazeta de Física e, a partir de 1952, dinamizou a coleção de divulgação científica “Ciência para Gente Nova” que contribuiu para o despertar do interesse pela Ciência, tanto junto dos jovens estudantes, como do público em geral.
Rómulo de Carvalho interessou-se igualmente pela História da Ciência e pela História da Física, em particular, deixando neste domínio uma obra pioneira entre nós, com os seus estudos sobre a história da Ciência, do Experimentalismo, das Ideias e do Ensino Científico em Portugal no século XVIII.

Paralelamente, desenvolveu uma muito original carreira de poeta, sob o pseudónimo de António Gedeão, a qual se iniciou em 1956 com a publicação de Movimento Perpétuo; seguiram-se Poesias Completas em 1974 e Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos, em 1984 e 1990, respectivamente. 

A poesia de António Gedeão destaca-se no panorama da poesia portuguesa da segunda metade do século XX.
" Pedra Filosofal" é um dos seus poemas mais famosos, popularizado pelo músico e cantor Manuel Freire.

 A nossa SUGESTÃO DE LEITURA:


Rómulo de Carvalho/António Gedeão - Príncipe Perfeitobiografia da autoria de sua filha, a escritora Cristina Carvalho